A poupança (não aquela!) e a liberdade financeira

Por Otmar Schneider e Helon Florindo

Se você está no mercado de trabalho ou pretende entrar nele;
Se você tem filhos ou pretende ter; ou
Se você sonha em um dia receber proventos e não precisar trabalhar por eles, esse artigo é para você.

O que é trabalho e porque as pessoas trabalham?

Você já parou para pensar porque você trabalha? O que te fez escolher esta ou aquela profissão? Foi só o dinheiro?

Normalmente escolhemos as nossas carreiras anda muito novos. Ainda crianças, a maioria de nós escolhe os papel de professor(a), policial, bombeiro(a) ou jogador(a) de futebol. Nosso universo é muito simples, mas já desejamos ter um lugar para chamar de nosso.

Conforme o tempo passa e a nossa visão sobre a vida se expande, nós entendemos o conceito de trabalho. O primeiro conceito é "uma atividade que te paga um salário".

Passa mais um tempo, vai se aproximando a época da maturidade social, e quando percebemos começamos a entender o conceito de carreira e os custos envolvidos. É a hora de escolher a profissão. Bem, aqui começa o problema - quando entendemos o que é, realmente, o trabalho.

Trabalho nada mais é que vender tempo. Não interessa no que você trabalha, você vende seu tempo de existência na terra para alguém. algumas pessoas escolhem suas carreiras, outras são absorvidas por elas. Há quem nunca escolha... mas isso fica para outro post.

A filosofia Ikigai , do Grupo Ikigai Brasil , normalmente é reconhecida pela sua mandala. Seu primeiro divulgador foi Marc Winn, um visionário especialista em inovação e altamente engajado com a melhoria social no planeta.

Na mandala nos observamos os fatores que nos levam a uma vida plena e, mais importante. vemos o que quando falta algum aspecto, nós sofremos. Não vamos entrar no estudo mais aprofundado do assunto. Sugerimos que busque mais informações sobre isso para melhorar a forma como você pensa sobre sua carreira e vida em geral.





Poucos afortunados conseguem atingir o "centro da meta", unindo os aspectos importantes da nossa vida, fazendo aquilo que AMA, aquilo que faz BEM, que o mundo PRECISA e sendo PAGO para isso.

A maioria consegue um ou dois aspectos durante a sua vida econômica ativa, estando em um trabalho que não traz a sua realização plena. Isso gera frustração, angústia e falta de motivação.

Tá, mas o que isso tem a ver com poupança e liberdade financeira? Tudo. Vamos explicar. 


O valor e o preço do seu tempo

A escolha de uma carreira é uma decisão importante. Vamos fazer uma linha do tempo da vida de uma pessoa comum.

0 - 17 anos estuda para entrar na faculdade
17 - 24 anos estuda para encontrar um trabalho
24 - 65 anos estuda para se manter no trabalho
65 - 90 anos aproveita o fruto do trabalho.

Ou seja, na maioria das pessoas passam 25 anos se preparando para o mercado de trabalho, 40 anos contribuindo para a previdência social para, por meio da contribuição do tempo de serviço, aposentar-se, o que é receber proventos sem precisar vender suas horas de trabalho.

Claro que outras coisas acontecem no meio do caminho entre o nascimento e a morte além de se preparar para pagar boleto, pagar boleto e morrer. Se fosse só isso, não tem motivo para viver...

As pessoas se desenvolvem, constituem famílias, compram seus carros, motos, apartamentos; viajam, amam, brigam... elas vivem e interagem umas com as outras.

Uma coisa no entanto, não muda: A necessidade de ter um FLUXO DE CAIXA para se manter. Fluxo de caixa é a entrada de recursos na forma de receitas para pagamento de despesas

Aqui é que está a diferença entre as profissões e o motivo que algumas pessoas se desenvolvem financeiramente mais que as outras, mas, por incrível que pareça, tem pouco a ver com o quanto você recebe por hora trabalhada ou o trabalho que você tem.


Se com seu tempo você produz algo que é commodity, o seu tempo, a hora trabalhada, é remunerado pelo padrão de remuneração da sua classe de trabalhador. Se você produz algo especial, sua remuneração é acima da média

Na teoria, então, ter um bom emprego com alto salário é o suficiente para enriquecer ao longo da vida, certo? Não. Isso não tem nenhuma relação. Quantas pessoas, que recebem altos salários, são extremamente endividadas?

Na verdade o que vai te levar para o desenvolvimento financeiro é a sua capacidade de gerir o seu fluxo de caixa, gastando menos do que recebe e direcionando o excedente para bons investimentos.

Dívidas e o efeito dos juros na antecipação do consumo

Aqui está o principal motivo pelo qual as pessoas quebram ou não conseguem sair do lugar nas finanças. O consumo antecipado e as dívidas.

Não há nada de mal em consumir. A base do sistema capitalista é o consumo e não a exploração da mão de obra, como normalmente se prega. O consumo irracional, no entanto, pode ser ruim para as finanças de uma pessoa.

Quando você opta por comprar um bem, você desloca um determinado fluxo de caixa para aquela aquisição. 



Se o bem é muito caro, você recorre a um financiamento (também conhecido como alavancagem) e compra o bem usando o dinheiro de outra pessoa, antecipando o seu fluxo de caixa (valor da parcela mensal) acrescido de uma taxa de conveniência (juros). Isto se chama antecipação de sonho.

Se você resolve desviar o fluxo de caixa para uma forma de acumulação, por exemplo na caderneta de poupança da sua instituição bancária, você irá acumular o valor necessário ao longo do tempo, retardando a compra e recebendo a correção monetária daquele montante.

Ou seja: de uma forma você trabalha para os juros. De outra forma, os juros trabalham para você.

A poupança e a construção da liberdade financeira - Construa a sua aposentadoria.

Aqui chegamos ao filé do nosso artigo! A importância da (taxa de) poupança em bons investimentos e como eles podem ajudar no processo de liberdade financeira.



Como vimos, a grande massa de trabalhadores tem um sonho que é aposentar-se. Viver de "renda". Não ter que sair de casa para trabalhar e ter um dinheiro para viver uma vida digna.

Nenhum problema com isso. Afinal, é um sonho mais que merecido. O problema é a dura realidade da escolha que eles fazem ao longo dos tempos que transforma o sonho em pesadelo.


Aqui vem bem o velho conto da Cigarra e da Formiga. A cigarra, faceira e festeira, curtiu a "vida adoidado". Festejou, cochilou e nada guardou para o inverno. A formiga, ao contrário, dedicou-se em algumas horas do dia a fazer o seu estoque para os tempos difíceis. O final nós todos conhecemos.

Na mesma proporção estão os trabalhadores. Para os que são cigarras, pouco se pode fazer por eles até que resolvam tornarem-se mais formigas, trabalhando e poupando ao invés de consumirem todos os recursos próprios e alavancados com fé que o governo ou as formigas vão sustentá-lo na velhice.

Já os formigas, estes têm salvação. Não quer dizer que seja a vida só trabalho e poupança. A ideia é manter um fluxo de caixa cada vez mais superavitário (mais receitas do que despesas), destinando o excedente de caixa para investimentos de fluxo de caixa positivo. 

"Não entendi nada?!". Então se liga nessa:

1) Independente de quanto você receba pelo seu trabalho, o que importa é o quanto você poupa (taxa de poupança);
2) Independente de quanto você poupa, o que importa é onde você investe.

Um trabalhador pode passar a vida inteira com um fluxo de caixa positivo. Se ele não souber onde colocar o recurso que ele poupa, as chances são de que ele terá uma montanha de papel ou um passivo (o que tira dinheiro do seu bolso) enorme.

No longo prazo, um trabalhador que guarda o seu dinheiro na caderneta de poupança está melhor protegido que um que guarda no colchão. Um trabalhador que guarda na renda fixa está melhor que o que guarda na caderneta de poupança. Um trabalhador que guarda em uma carteira previdenciária está melhor que um que guarda somente na renda fixa.

Veja que nenhum deles está "ruim na fita". Os resultados são diferentes. O que aumenta a qualidade da segurança do resultado é a DIVERSIFICAÇÃO do investimento em uma carteira com a finalidade de prover fluxo de caixa, ou seja, pagar a sua aposentadoria.

Um dos objetivos de um bom investimento previdenciário é gerar fluxo de caixa positivo. Isso quer dizer o seguinte: Ou o investimento não gera despesa ou a despesa que ele gera é menor do que a receita que ele produz. Vamos ao exemplo:

O trabalhador passa a vida toda poupando e compra uma chácara de lazer. Se para manter a chácara ele "tira do bolso" para pagar o caseiro, a ração das galinhas, o adubo da roça e não vende nem um pé de alface, a chácara (patrimônio) consome o fluxo de caixa do trabalhador.

A mesma chácara, mas dessa vez, o trabalhador aluga para festas, vende os ovos das galinhas, manda o caseiro para feira do produtor e, no fim do mês, sobra algum dinheiro após pagar todas as despesas, o fluxo de caixa é positivo. É eficiente? Outra pergunta a se fazer e trataremos em outro post. :)

Agora, imagine que o trabalhador tenha ao longo da sua vida comprado imóveis residenciais de pequeno valor para alugar. Essas casinhas populares. Cada casinha que ele comprou com a sua poupança de fluxo de caixa excedente irá prover uma renda de um aluguel.

Ele poderá somar esses aluguéis recebidos à sobra do seu salário e adquirir uma padaria. O lucro do negócio vai gerar para ele um fluxo de caixa positivo que volta para o bolo e é reinvestido em patrimônio. Parece mais eficiente? Claro, principalmente se um dos locatários sair do aluguel ou se a padaria der prejuízo durante alguns meses. As fontes de renda são diversificadas.

Todas essas formas, e muitas outras, foram usadas por inúmeras pessoas para formarem um patrimônio que gera fluxo de caixa positivo. Elas só não sabiam que se chamava carteira previdenciária.

Mas aí você leitor nos pergunta: "mano, tudo isso é muito legal, mas eu não consigo comprar nem a minha casa. Como eu vou comprar casa para alugar?"

Bem vindo aos novos tempos! As maravilhas da modernidade são a tecnologia e o avanço econômico de um país. Hoje os sistemas financeiros são muito avançados e há produtos financeiros fantásticos.

Uma hora vamos falar sobre o motivo do advento das bolsas de valores. Hoje vamos falar de como aproveitar esse ambiente para garantir sua aposentadoria.

A grande vantagem da bolsa de valores é permitir que nós, trabalhadores, tenhamos acesso a negócios de "gente grande"

Você pode não ter dinheiro para comprar uma casinha, mas pode participar de um empreendimento imobiliário que aluga um prédio super moderno para um grande banco. 

Não tem dinheiro para abrir uma padaria, mas pode ser sócio de uma empresa bilionária que produz massas e biscoitos para todo o país.

O universo de companhias de capital aberto é muito grande no Brasil e no mundo. O número de Fundos Imobiliários nos diversos setores só cresce. Tudo isso está a sua disposição para investir com toda a segurança de um sistema regulado por leis e vigiado pela CVM

Cada tipo de investimento tem uma característica e um risco que o investidor precisa conhecer antes de entrar nos negócios. Dominando conceitos básicos de matemática (as 4 operações) e interpretando texto (para ler um resumo financeiro) você já pode começar a escolher os ativos que vão ser acumulados em sua carteira previdenciária.

Concluindo:


Não importa qual sua profissão, se você está realizado nela ou não e nem o tamanho do seu salário. O que importa é manter o fluxo de caixa positivo, poupar, investir e acumular patrimônio que gere mais fluxo de caixa para pagar as suas despesas e você não precisar vender seu tempo para viver.

Claro que se a sua profissão te realiza e se o seu salário é acima da média, o caminho vai ser menos dolorido. Mas fique de olho! Como não dói, é mais difícil de sair da zona de conforto

Nos próximos posts vamos falar sobre quando começar e a importância de tempo nos investimentos. Coloque em prática! O que está atrasando o início da sua poupança ou diminuindo a quantidade de dinheiro que você pode guardar? O que está tirando dinheiro do seu bolso?

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