#VISC11




Otmar Schneider e Helon Florindo

Este material é meramente informativo e não deve ser considerado como recomendação de investimento ou oferta para a aquisição de cotas de fundos ou outros investimentos, nem deve servir como única base para tomada de decisões de investimento. 



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APRESENTAÇÃO DO FUNDO

Hoje vamos apresentar para vocês o #VISC11.

Vinci Shopping Centers FII é um fundo de investimento imobiliário gerido pela Vinci Real Estate Gestora de Recursos Ltda. O Fundo tem por objetivo a obtenção de renda, mediante a aplicação de recursos, preponderantemente em shopping centers, bem como o ganho de capital obtido com a compra e venda dos mesmos. 

Sua estratégia de crescimento está focada em aquisições de imóveis prontos. O Fundo não pretende investir em projetos greenfield, embora possa realizar reformas, expansões ou benfeitorias nos Imóveis com o objetivo de potencializar os retornos decorrentes de sua exploração comercial ou eventual comercialização.


Todas as informações aqui apresentadas foram retiradas dos documentos oficiais do fundo, que são públicos. 


A informação foi apenas tratada e resumida para parecer mais amigável ao investidor iniciante. Os documentos consultados em 06/2019 foram os mais recentes disponíveis, a saber:


1- Regulamento do Fundo;
2- Relatório Gerencial do Fundo (05/19);
3- Relatório Trimestral do Fundo (1T19);
4- Informe Mensal do Fundo (05/19).
5- Apresentação Institucional do Fundo (09/18)
6 - Planilha de Fundamentos (1T19)

Início do Fundo
O fundo teve início em 2014

Taxa de Administração do Fundo
1,35%a.a sobre o valor de mercado.
O Administrador receberá remuneração fixa e anual equivalente a 1,35% (um inteiro e trinta e cinco centésimos por cento) ao ano sobre o Valor de Mercado, observado o valor mínimo mensal de R$15.000,00 (quinze mil reais) mensais, acrescida de valor adicional mensal de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) pela prestação de serviços de gestão e escrituração de Cotas, sendo certo que (i) o valor mínimo mensal será atualizado anualmente, a partir da data de início das atividades do Fundo, pela variação positiva do IPCA, apurado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


Taxa de Gestão do Fundo
Pela prestação dos serviços de gestão, o Gestor fará jus a uma remuneração correspondente à diferença entre (i) a Taxa de Administração, e (i) a remuneração devida ao Administrador descrita na tabela abaixo e o montante equivalente a 50% (cinquenta por cento) dos custos devidos ao prestador dos serviços de escrituração das cotas de emissão do Fundo:

Patrimônio Líquido
R$ 817.907.565,48

Participação no Ifix
2,006%

Número de Cotas do Fundo
8.160.576

Número Cotistas do Fundo
75.556

Liquidez diária do fundo
2,5 milhões

Gestor do Fundo
Vinci Real State

Administrador do Fundo
BRL Trust DTVM S.A.

Mandato
Renda

Tipo ANBIMA
Gestão Ativa

Segmento de atuação
Shopping Center

Prazo do Fundo
Indeterminado

Objetivo do Fundo
Pagar renda mensal aos cotistas, proveniente da locação dos imóveis presentes da carteira do Fundo.

Índices de reajuste dos contratos do Fundo
IGP-M 56,7%, IPCA 43,3%

Formador de mercado
Não há

ANÁLISE 360 GRAUS

A análise 360 graus consiste em analisar os aspectos mais importantes de um Fundo de Investimento Imobiliário: A gestão, o portfólio e a capacidade de geração de renda. Isso é feito por meio da análise de uma perspectiva temporal (comparando-se o fundo com ele mesmo, ao longo do tempo, ou seja, seu histórico), uma perspectiva horizontal (comparando-se o fundo com outros concorrentes do mercado, nestes 3 aspectos) e uma análise transversal - situacional (relação entre o momento de mercado e os fundos de uma forma geral). Espera-se que a relação risco x retorno seja bem precificada pelo mercado, no entanto, distorções são normais e devem ser observadas (analisadas) com cuidado e individualmente.

1 - ANÁLISE DA GESTÃO DO FUNDO

1.1 Breve Análise do Setor

O setor de shopping centers no Brasil cresce a cada ano. A despeito da diminuição dos números nos Estados Unidos, onde este tipo de empreendimento foi construído longe dos centros urbanos e está perdendo espaço para o comércio online, no Brasil o movimento parece ser o inverso.

O primeiro ponto que deve ser observado, é a diferença entre os países. Enquanto nos EUA é seguro fazer compras em lojas de rua, no Brasil esta ainda não é a realidade, infelizmente. Além disso, no Brasil estes centros de compra foram construídos no meio das regiões adensadas de grandes cidades. Soma-se a isto a dificuldade de logística no Brasil para fazer entregas, o clima quente das cidades na maior parte do ano e a vocação de diversão e alimentação desses grandes centros de compras. Pronto: temos ambientes completamente diferentes para a proliferação deste tipo de empreendimento.

Outro ponto crucial que fazem dos shopping centers os centros de compra queridinhos por aqui, é o trânsito caótico das grandes cidades. Não há mais onde estacionar carros! Os estacionamentos dos shoppings centers, a cada ano, são responsáveis por uma maior participação na renda dos shoppings!!

Sendo em dias de grande calor com sol a pino ou em dias de chuva, os grandes centros de compras caíram no gosto do brasileiro, que podem estacionar seus carros tranquilamente, se alimentar e se divertir enquanto fazem (ou não) compras.

Segundo a ABRASCE, em 2018 o Brasil conta com 563 shopping centers e deve haver a inauguração de outros 15 shoppings ao longo de 2019, totalizando 578 no final do ano.

A ABL total do setor é de 16.322.000m2. O faturamento total do setor foi de 178,7 bilhões, o que dá um faturamento médio do setor de de R$ 10.948/m2/ano. 55% de toda a área de shoppings está na região sudeste do Brasil.

Em toda a américa latina existem cerca de 1.900 shoppings. O México é o país líder em número de shoppings, com 650. O Brasil vem logo em segundo lugar.


1.2 Histórico do Fundo

O Fundo teve início em março de 2014, quando concluiu a aquisição de participação em dois shoppings centers:


- 49% do Shopping Ilha Plaza (Rio de Janeiro, RJ) e

- 13,6% do Shopping Pátio Belém (Belém, Pará).


As aquisições representaram para o Fundo o investimento de R$ 171,2 milhões, dos quais R$ 39,2 milhões foram realizados à vista e R$ 132 milhões foram realizados em parcelas mensais, pelo prazo de 13 anos, corrigidas pela TR e acrescidas de juros de 9,4% ao ano. O valor da parcela à vista foi liquidado com os recursos provenientes da 1ª emissão de cotas do Fundo.


Em 2015, o Fundo celebrou um acordo de co-investimento com um fundo de pensão canadense por meio do qual o Fundo e o Co-Investidor, através de um fundo de investimento imobiliário gerido pelo Gestor, adquiriram conjuntamente um portfólio de quatro shoppings. O Fundo realizou a aquisição deste portfólio na proporção de 25% (vinte e cinco por cento) do investimento total e, com isso, adquiriu:

- 11% do Shopping Paralela (Salvador, BA);

- 7,5% do shopping West Shopping (Rio de Janeiro, RJ);

- 17,5% do Shopping Crystal (Curitiba, PR); e

- 7,5% do Center Shopping Rio (Rio de Janeiro, RJ).

As aquisições foram concluídas em 30 de setembro de 2015 e representaram, para o Fundo, um investimento de R$ 100,6 milhões, dos quais R$ 28 milhões foram realizados à vista e R$ 72,6 milhões foram realizados em parcelas mensais, pelo prazo de 14 anos, corrigidas pela TR e acrescidas de juros de 9,85% a.a.. O valor da parcela à vista foi liquidado com os recursos provenientes da 2ª emissão de cotas do Fundo.

Em outubro de 2017, foi concluída a 3ª emissão de cotas do fundo, totalizando R$230,3 milhões destinados ao pré-pagamento parcial das dívidas contratadas nas duas primeiras aquisições e à aquisição de um novo ativo. O fundo teve suas cotas listadas na B3 em 01 de novembro de 2017 sob o código VISC11.

Em dezembro de 2017, o Fundo adquiriu participação de 12,5% no shopping Granja Vianna, o primeiro do portfólio localizado em São Paulo.

No dia 27 de abril encerrou-se a oferta da 4ª. Emissão de cotas do Fundo na qual foram subscritas a totalidade das cotas emitidas incluindo as novas cotas do lote suplementar e adicionais totalizando assim R$ 499.499.843,00. A oferta contou com a adesão de 12.388 investidores. Parte dos recursos foram utilizados para o pré-pagamento adicional da alavancagem existente.

Em setembro de 2018, o Fundo realizou duas aquisições, a primeira de 16,7% de participação no shopping Tacaruna (por meio de debêntures conversíveis) e a segunda 15% de participação no shopping Iguatemi Fortaleza. Essas aquisições contribuíram para a diversificação do portfólio acrescentando duas novas capitais e dois novos administradores ao mix do Fundo. Além disso, Pernambuco possui o décimo maior PIB entre as unidades federativas brasileiras e vem apresentando crescimento médio 1,4% acima do crescimento médio do PIB brasileiro nos últimos 10 anos, conforme dados do IBGE.

No dia 18 de junho de 2019, o Fundo celebrou instrumento vinculante para aquisição indireta de mais 36,5% do Shopping Granja Vianna. O valor total da Aquisição é de R$ 107.675.000,00, com cap rate de 8,7%, aumentando a participação no shopping de 12,5% para 49%. Esta aquisição utilizará cerca de R$ 69 milhões do caixa do Fundo, sendo esta a terceira aquisição de shoppings utilizando recursos da 4ª Emissão de cotas do Fundo. Ao todo terão sido utilizados aproximadamente 79% dos recursos captados.

1.3 Estratégia do Gestor


Dentro da estratégia do gestor, observa-se a utilização de alavancagem para aquisição dos ativos. Em diversas entrevistas concedidas à mídia especializada, o gestor aponta que esse comportamento de recorrer à alavancagem foi e será usado sempre que houver a diferença positiva para o fundo do custo de capital para investimento, recorrendo ao financiamento com juros menores do que o custo do capital.

Hoje existe cerca de 10% de alavancagem: 88 milhões de reais em obrigações por aquisições de imóveis frente a um patrimônio líquido de 825 milhões de reais.

Outro ponto que constitui a estratégia do gestor é de possuir diversas participações minoritárias em shoppings distribuídos em todas as regiões do Brasil. Esta diversificação é buscada pelo time de gestão do shopping. Querem estar em regiões que ainda não possuem ativos.

1.4 Visão do Gestor sobre o Fundo

O Fundo se propõe a ter um portfólio diversificado de shopping centers em termos de localização, ABL (área bruta locável), percentual de participação nos empreendimentos, perfil de consumidor e administrador dos shoppings.


O Vinci Shopping Centers FII como parte de sua estratégia de investimento, privilegia investimentos em shoppings centers que apresentem as seguintes caraterísticas:

- Localização em centros urbanos, onde a escassez e o preço de terrenos é uma barreira natural para o desenvolvimento de novos empreendimentos concorrentes;

- Localização em cidades com mais de 250.000 habitantes

- Regiões com demanda qualificada na área de influência do shopping compatível com a área bruta comercializável do empreendimento, já considerando concorrentes estabelecidos e em desenvolvimento na região;

- Área bruta comercializável superior a 15.000 m²;

- Empreendimentos que apresentem potencial de crescimento real de seus resultados, através da adoção de medidas de gestão identificadas em conjunto com os administradores do shopping.



No caso de aquisição de participações minoritárias, o Fundo busca identificar e, quando aplicável negociar, condições de governança que deem ao Fundo direito sobre as decisões estratégias dos shopping.
O Fundo não realiza o desenvolvimento em shoppings greenfield e tem foco na estratégia de crescimento do portfólio de imóveis através de aquisições

O gestor aponta as seguintes vantagens competitivas para o fundo:

a) Estratégia de Crescimento voltada à aquisição - O fundo não desenvolve empreendimentos greenfield e o seu crescimento é por meio de aquisição de empreendimentos performando e com maturação adequada ao investimento.
b) Estratégia Flexível de Aquisição - As aquisições podem acontecer em todas as regiões do país, variando desde o controle até participações minoritárias,. As participações podem ou não dar o direito do Fundo de escolher a administração do shopping. Segundo o gestor, essa estratégia permite ao fundo participar em um número maior de negociações e com menos competição. O fundo não atua e nem pretende atuar na administração dos shoppings, recorrendo à parcerias estratégicas com administradores.

c) Gestão Ativa - A Vinci realiza a gestão ativa do Fundo que envolve desde a seleção, negociação e aquisição dos seus ativos, bem como a gestão ativa dos shoppings do Fundo. A Vinci supervisiona os administradores dos shoppings e influencia as decisões estratégicas dos ativos. A Vinci realiza constantemente intercâmbio de boas práticas entre os administradores dos shoppings do portfólio gerando valor para o Fundo. Isso somente é possível devido ao fato do fundo ter um portfólio diversificado em termos de administradores de shoppings.
d) Track Record - Time com ampla experiência no setor, tendo liderado mais de R$ 3,5 bilhões em aquisições de shopping centers nos últimos 10 anos. Time liderado por gestor com 22 anos de experiência no mercado imobiliário, tendo vivenciado diversos ciclos econômicos e do setor atuando em diversos tipos de estratégias.
e) Plataforma VINCI - O time de gestão do Fundo se beneficia da plataforma da Vinci Partners, que tem sólida reputação e credibilidade decorrente de um longo histórico de parcerias com empresas. Com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo e Nova York, a Vinci Partners é composta profissionais seniores de diferentes áreas de atuação e competências, que contribuem com o Fundo com seus conhecimentos complementares.
f) Segmento de atuação - Os shopping centers possuem características que lhes tornam mais protegidos em momentos de crise e ao mesmo tempo com potencial de maior crescimento em períodos de retomada econômica em comparação com outros segmentos imobiliários.

Em geral, shoppings centers possuem uma base de receita muito pulverizada em que os maiores locatários representam um percentual pouco relevante da receita total. Além disso, a barreira de entrada de um shopping center é grande, pois além de demandar um terreno de grande porte, o processo de aprovação de um projeto de shopping costuma ser complexo.


Os contratos de locação tradicionais de shoppings são realizados de forma que o lojista paga o maior valor entre um aluguel mínimo e um percentual sobre suas vendas, assim em momento de vendas menores, os shoppings recebem um aluguel mínimo e, em momento de expansão de vendas, os shoppings recebem o aluguel percentual.


Os shoppings possuem ainda receitas diversas, que não somente a receita de aluguel, e que são mais correlacionadas ao nível de atividade econômica, como estacionamento, quiosques e merchandising.

2 - ANÁLISE DO PORTFÓLIO DO FUNDO

2.1 Composição do Fundo


O Portfólio do fundo é atualmente composto por 9 shoppings em 7 diferentes estados: Ilha Plaza, Shopping Paralela, Pátio Belém, Shopping Granja Vianna, West Shopping, Center Shopping Rio, Shopping Crystal, Shopping Tacaruna e Shopping Iguatemi Fortaleza.




Fonte: www.vincishopping.com.br em 24/06/2019










De acordo com a apresentação Institucional de setembro de 2018, a Vinci Partners possui 23 bilhões sob sua gestão distribuídos em 198 fundos/veículos de investimento.

Observa-se, então, que o gestor possui participações em shoppings com grande qualidade e potencial, diversificada em administradores, localização e público alvo, conforme sua estratégia de alocação.

Um ponto interessante para o estudo mais detalhado do portfólio é Planilha de Fundamentos (1T19) onde estão os dados de resultado de cada uma das operações, permitindo o acompanhamento de cada uma.

2.2 Análise transversal: Gestão do Portfólio

Como visto, a gestão do Fundo tem a estratégia de possuir participações minoritárias em  shopping centers de diversos Estados diferentes da federação, diversificando assim o risco que for diversificável.

Outro ponto interessante destacado pelo gestor é que ele usa a sua rede de parceiros (networking) para proporcionar uma interação entre os administradores dos shoppings em busca de troca de informações de melhores praticas, atuando como uma ligação entre fornecedores e potenciais serviços agregados dos diferentes empreendimentos.

Em se tratando da alocação do capital levantado com as ofertas recentes, o gestor tem tido certa dificuldade, pois o setor está aquecido e os sócios dos empreendimentos que estão à venda acabam por exercer o seu direito de preferência na compra do shopping em detrimento do novo entrante.

Apesar do grande número de empreendimentos existentes no Brasil, e de que a imensa maioria ainda não estejam dentro de Fundos Imobiliários, o fato de um novo governo liberal ter assumido a presidência do Brasil, com uma agenda de reformas, geração de empregos e contando com a menor taxa SELIC da história do Brasil, fazem com que haja muito otimismo, principalmente no setor de consumo, que cresce muito fora de períodos de crise.

Assim é de se esperar certa dificuldade na alocação de recursos da captação de novas emissões para o setor de shopping centers. Por isso, já estar posicionado em 9 shopping centers em diversos estados diferentes, já é, por si só, uma oportunidade de se aumentar a posição nestes empreendimentos por meio do exercício do direito de preferência quando da saída de algum sócio, ou apenas por meio da venda de um pequeno percentual da participação.

Em se falando do portfólio presente dentro do fundo, observa-se que há melhora nos resultados dos ativos ano após ano, demonstrando resiliência neste momento de crise que estamos passando.


3 - ANÁLISE DA CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE RENDA DO FUNDO

Um shopping center recebe renda de várias formas:
1. Com o aluguel das lojas;
2. Com participação no lucro das lojas;
3. Com renda dos estacionamentos;
4. Com aluguel dos espaços comuns (quiosques, eventos, etc...);
5. Com venda de espaço para propaganda.


A estratégia do fundo consiste em possuir participação em diversas operações de shopping centers, diversificadas por região, administrador e público-alvo. Esse tipo de abordagem aliado a um ativo que tem grande capacidade de gerar renda, trás um grande benefício para o resultado financeiro do investimento.

É importante observar, também, que o fundo, nas emissões anteriores, recorreu à estratégia de executar as aquisições de forma parcelada (uma parte na assinatura do contrato e outra em parcelas), lançando mão de alavancagem. Esse tipo de operação, segundo o gestor, foi benéfica pois o custo de captação do dinheiro financiado foi menor do que o resultado da operação. Esse tipo de operação pode não ser repetir pela atual situação da renda fixa no Brasil onde os juros da aplicação financeira estão mais baixos no momento.

Recentemente o fundo passou por uma "polêmica" levantada pela demora na aplicação de recursos captados na ultima emissão de cotas.
A comunidade de investidores criticou a demora do gestor em alocar fundos que foram captados na emissão e que, em virtude do exercício de opção de compra por outros sócios dos empreendimentos, deixou o fundo de fora da aquisição.

Aqui temos que observar as duas pontas da polêmica:
Entendemos o lado dos cotistas. A emissão tem por objetivo a realização do que se propõe no prospecto da emissão e pressupõe um estudo de viabilidade onde o gestor apresenta os riscos envolvidos da captação de recursos. Talvez se o fundo esclarecesse sua posição na preferência de compra e da possibilidade de não concretização do negócio de forma mais explícita, o investidor compreenderia melhor o que poderia ser feito com os recursos da captação caso os valores não fossem alcançados ou se não se concretizasse a negociação.

Por outro lado, sob a ótica da gestão, entendemos que a captação de recursos teve seu lançamento com base nas premissas de mandato e de estratégia do fundo e que foi feito o trabalho no tempo que foi possível. 

O negócio de shopping centers tem uma característica de lucratividade intrínseca que influencia muito nas aquisições. Por ser altamente rentável, posições em shopping centers só estão disponíveis quando uma das partes da sociedade resolve sair do jogo. Não é tão comum quanto negócios em outras atividades econômicas.

A última aquisição realizada pelo Fundo trouxe uma expectativa, por parte da gestão, que a nova participação no Shopping Granja Viana gere, entre agosto e dezembro, o equivalente a R$ 0,10/cota ao mês, o que, descontados os efeitos da redução das receitas de aplicação financeira do caixa a ser utilizado na aquisição, representa um incremento de R$ 0,07/cota ao mês do resultado caixa efetivamente gerado atualmente pelo Fundo.



3.1 Mini DRE ABR 2019



RECEITAS.................................................. 3.502.000 + 1.007.000
TOTAL DE DESPESAS.............................. 565.000
SALDO FINAL EM 04/19........................... 3.945.000

Quantidade de Cotas do FII..................... 8.160.576

Operacional por Cota............................... 0,48/cota
Distribuição por Cota............................... 0,49/cota


3.2 Análise Transversal: Capacidade da geração de renda


A estratégia de participação variada e minoritária do gestor é, tese, uma estratégia que tende a dar mais resultados de crescimento em posições por poder participar em mais negócios, no entanto como em tudo na vida, possui um contra-ponto que é abrir mão da posição majoritária no negócio.

Então, refletindo sobre a questão da opção de compra, entendemos que participar minoritariamente, no logo prazo, é um ticket de entrada para a posição majoritária pois o fundo pode participar nas negociações futuras.

Sobre a questão do pagamento ou não da taxa de gestão do fundo atrelado à uma distribuição mínima, o que entendemos e que foi um atrativo para alguns e desconfiança para outros. No final das contas, o cotista se beneficiou uma vez que o gestor cumpriu o que havia sido estabelecido, honrando o compromisso. Cabe lembrar que o que deixou de ser pago foi a taxa de gestão (VINCI) e não a taxa de administração (BRL Trust). 

Ao contrário de ser uma renda mínima garantida, esse dispositivo penaliza a ponta do gestor em virtude de uma performance que tenha atingido uma distribuição mínima, mas garantiu um compromisso pelo período de dois anos que funcionou como um "seguro" de compromisso com os investidores para um gestor que estava se apresentando ao mercado.

No fim contas, entre mortos e feridos, entendemos que o gestor, com todas as ferramentas de governança e transparência que possui poderia ter esclarecido melhor a comunidade de investidores, dando uma escorregada nesse quesito pontual da emissão, mas que no final deu uma destinação adequada aos fundos da emissão gerando valor ao cotista.

Isso nos leva a entender que foi um aprendizado para ambas as partes e que todos saíram mais evoluídos dessa operação do que antes dela.

Um ponto importante a avaliar, como já dissemos, é a solidez do gestor nas decisões e na forma como lida com os problemas da gestão de recursos de terceiros. Manter-se fiel a uma estratégia de alocação com um plano de execução com opções de curto, médio e longo prazo é super importante. Sabemos que algumas coisas não podem ser reveladas por questões estratégicas da política de investimento e, portanto, confiar no gestor é uma parte significativa da parceria gestor+investidor.

Concluindo esse estudo, entendemos que o negócio de shopping centers tem uma característica muito favorável ao rendimento, é altamente complexo do ponto de vista das aquisições, mas a tese de investimento particular do fundo pode, no longo prazo, ser uma estratégia positiva de participação nos empreendimentos de qualidade estabelecida nos critérios de investimento.

3.3 Análise Horizontal: comparação com pares


3.4 Cálculo da rentabilidade:

Clique aqui para cotação on-line no site da B3.

3.4.1 Ano Calendário - 2018


A distribuição total do fundo (DY 2018) foi de R$ 7,31. 
A valorização da cota foi de R$ 1,83.
O rendimento total foi de R$ 9,14, ou seja, 8,47% no período.


3.4.2 - 52 Semanas



Maior cotação no período: R$ 109.99.
Menor cotação no período: R$ 95,01.


Distribuição total do fundo no período:  R$ 7,12. 
Rendimento da cota: R$ 6,39.


Rentabilidade total: 12,71%. 

3.4.3 Análise comparativa do prêmio de risco:





Inflação IPCA 12M (MAI): 4,66%
IDkA 1A Bruto: 9,514%
IDkA 1A Líquido (- IPCA 4,66%): 4,85%
NTNB 2035 (- IPCA): 3,71%
NTNB 2024 (-IPCA): 3,17%
DY 12M HGLG11: 6,85%
CDI: 1,74%


Com base nas informações aqui apresentadas, cabe a você decidir se o fundo está ou não alinhado com a sua estratégia de investimento. A função do estudo 360 graus é analisar as características do fundo e a interação entre elas de modo a produzir uma informação que irá possibilitar a formação de um critério de investimento próprio dos investidores.

                        

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Aviso legal: Este material é meramente informativo e não deve ser considerado como recomendação de investimento ou oferta para a aquisição de cotas de fundos ou outros investimentos, nem deve servir como única base para tomada de decisões de investimento. LEIA O PROSPECTO E O REGULAMENTO ANTES DE INVESTIR. RENTABILIDADE PASSADA NÃO REPRESENTA GARANTIA DE RENTABILIDADE FUTURA. A RENTABILIDADE DIVULGADA NÃO É LÍQUIDA DE IMPOSTOS. PARA AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE DE UM FUNDO DE INVESTIMENTO, É RECOMENDÁVEL A ANÁLISE DE, NO MÍNIMO, 12 (DOZE) MESES. FUNDOS DE INVESTIMENTO NÃO CONTAM COM GARANTIA DO ADMINISTRADOR, DO GESTOR, DE QUALQUER MECANISMO DE SEGURO OU FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO – FGC. 

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