Como saber se um investimento vale a pena ou não?



Otmar Schneider e Helon Florindo




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Essa é uma das perguntas mais importantes que o investidor deve fazer! Como saber se um investimento vale a pena ou não? Quais os critérios que devo analisar para investir em algo? Hoje nós vamos bater um papo sobre isso, e você vai conseguir, ao final, responder essa pergunta!
Para a construção de uma carteira previdenciária é imprescindível que se invista em bons ativos geradores de renda, ou seja, se tornar parceiro de bons negócios. Para isso é importante entender sobre investimentos. Saber se vale o que oferece.
Bom... Vamos primeiro entender o que é um investimento?

O que são investimentos

Investimento é uma aplicação de recursos (dinheiro, tempo, material) em algo para que haja um benefício futuro.
Podemos investir em casas para alugar, em um negócio próprio ou em uma sociedade, desde que os bens possuam documentação legal (registro em cartório ou em junta comercial), ou seja, segurança jurídica.
No caso das finanças, o investimento é aplicação de recursos financeiros com vista a uma devida remuneração do capital investido (rentabilidade), guardando uma adequada segurança (do valor principal investido), permitindo um nível de liquidez suficiente para a saída do investimento quando necessário.
Surgiram outros três conceitos importantes. Aqui seremos breves em abordar a definição deles e tentaremos colocar tudo em linguagem simples, para facilitar o entendimento.
Rentabilidade é o retorno total do seu investimento, expressa em forma percentual. Quanto o dinheiro que você colocou naquele negócio rendeu, em relação ao valor inicialmente aplicado.
Liquidez é a capacidade de você transformar um ativo, financeiro ou não, (poupança, CDB, LCI, LCA, debênture, ação de empresa, fundos de bancos, imóvel, fundo imobiliário, sociedade em empresa, etc, etc, etc...) em dinheiro! Isso é importante, pois da mesma forma que você achou uma porta de entrada, em um momento de disponibilidade de recursos, você pode precisar de uma porta de saída, quando necessitar deste.
O nosso último aspecto, porém o mais importante, é a segurança. Um investimento que não oferece segurança do valor principal investido, não é, sequer, um investimento. Aqui entram, também mas não somente, as famosas "pirâmides financeiras", ou mais tecnicamente falando, esquema Ponzi. Sabe aquele amigo que te garante 1% de retorno ao dia, naquele investimento imperdível? Pois é... fuja!!
Diversos foram os casos Ponzi que aconteceram na história recente do nosso Brasil, aqui vão alguns para você pesquisar: Avestruz Master (1998), Fazendas Reunidas Boi Gordo (2004), Telexfree (2013), Criptacoin (2017)... e tantas outras! O italiano Charles Ponzi, criador do esquema ponzi ou pirâmide financeira, inspirou diversos falsários que acharam no Brasil um território fértil para as suas falcatruas financeiras.
Todos esses investimentos tinham algo em comum: não havia segurança do valor principal investido. Não havia como resgatar o dinheiro que lá se investiu. Portanto, isso não é um investimento. Para se livrar de algo assim, fuja de investimentos milagrosos, que não possuem autorização da CVM (órgão regulador do governo para os valores mobiliários não financeiros) ou não pertencem ao mercado financeiro tradicional (bancos, corretoras, financeiras, etc...), fiscalizado pelo Banco Central.
Dito isso, agora que você sabe o que é e o que não é um investimento, vejamos os critérios para que você possa eleger um investimento.

Risco Soberano

Risco soberano é o risco de um país não honrar um empréstimo em função da mudança na sua política econômica. É o tal do calote. Esse risco existe, pois o governo pode "quebrar" e não ter dinheiro para pagar as suas contas. 
No entanto, quando o governo quebra, o país já está no caos, pois tudo que tem dentro já quebrou ou se mudou. Antes disso acontecer, o Governo Federal tem "armas" que ninguém mais tem para evitar chegar neste ponto: ele pode aumentar impostos, pode imprimir dinheiro, pode pedir empréstimos para o estrangeiro e se financiar emitindo dívidas (títulos do tesouro). Coisas que bancos e empresas não conseguem fazer.
Por isto dizemos que o governo é o menor risco de crédito que existe. Emprestar dinheiro para o governo é mais seguro do que para bancos, empresas e pessoas.
A partir disto que nós vamos fazer as nossas análises de um investimento. Se o governo é o menor risco, só deveríamos emprestar nosso dinheiro para bancos e empresas se eles oferecerem um retorno maior, pois estou correndo mais riscos, certo?? Essa é a famosa relação entre risco e retorno. Quanto maior o risco de um investimento, maior deve ser o retorno que ele oferece, senão não vale a pena!!!

Riscos de governo, bancos e empresas

Agora sim, chegamos à parte principal do nosso artigo. Qual o objetivo de uma empresa (não filantrópica) ou banco? A resposta certa e óbvia é: LUCRO! Já o objetivo do governo é promover o bem estar social, não ter lucros. 
Os bancos sempre vão tentar captar o dinheiro o mais barato possível, te pagando pouco, para emprestar na maior taxa possível, lucrando muito.
As empresas também pedem dinheiro emprestado para financiar as suas atividades. Isso só vale a pena para eles, se a taxa de empréstimo é menor que a taxa de lucros que ela roda. Assim conseguem fazer dinheiro com dinheiro dos outros.
Você pode escolher emprestar dinheiro para eles (caso 1), ou comprar ativos que geram renda (caso 2. ex: ações de empresas, imóveis, fundos imobiliários, etc...).
No primeiro caso, você estará investindo em renda fixa (toda renda fixa é um empréstimo, a uma taxa pré-acordada).
No segundo caso, você estará investindo em renda variável (não sabe quanto vai ganhar no final. O objetivo é ganhar mais que a renda fixa, pois o risco é maior).
Quanto maior o retorno esperado, maior o risco que você corre com o seu capital. Essa é uma premissa básica. Mas como fazer essas contas? Simples: vamos utilizar o ativo financeiro de menor risco como "piso" para exigir prêmios de risco de outros investimentos.

Risco Imobiliário

Investir em imóveis possuem um risco mais baixo, pois existe um imóvel por trás que garante a operação. O fruto deste investimento pode ser o aluguel ou um ganho de capital com a compra e a posterior venda por um valor superior. 
Quanto maior a qualidade do imóvel e melhor a localização deste, mais fácil é de alugar e maior a renda que ele proporciona. Um outro problema do imóvel é que se não tiver inquilino, não tem renda! Então o melhor é comprar vários imóveis, para diminuir o risco de vacância, bem localizados e de grande qualidade.
Tá, tudo bem! Como vou fazer isso, se mal tenho dinheiro para comprar uma quitinete, ou pior, tenho pouco dinheiro??
Bom, se você não sabe como, leia os nossos artigos anteriores que falam sobre as 13 vantagens de se investir em imóveis por meio de fundos imobiliários.
Investir em imóveis te proporciona um rendimento protegido da inflação (pois os aluguéis são reajustados por índices inflacionários), mas exposto ao risco de vacância (principalmente em época de crise econômica), o que pode ajustar o valor do aluguel para baixo (relação de oferta/demanda). Por isso é considerado renda variável: a renda varia.
Dito isto, vamos aos exemplos práticos para se avaliar a viabilidade de um negócio, de uma forma geral.

Exemplos práticos

Digamos que um amigo seu te pergunte: você topa ser meu sócio na minha farmácia? Te garanto um retorno de R$ 65.000,00 anualmente.
Qual a sua resposta para o seu amigo? Bem, para não errar, a melhor resposta é sempre um DEPENDE. 
Neste caso, vai depender do valor que você terá que investir, não é mesmo?
E se o seu amigo te disser que o investimento é de R$ 1.000.000,00 e digamos que você possui exatamente este valor. Você topa ou não a sociedade???
A resposta adequada agora é um sonoro NÃO. Por que? Bom, a taxa SELIC, que o governo te paga no título mais conservador do mercado, o Tesouro Selic, te paga exatamente isso (no momento que este artigo foi escrito), com o menor risco do mercado (que é o próprio governo) e sem você precisar trabalhar. Então você deve exigir um retorno maior, entendeu?
Agora digamos que o seu amigo, dono da mesma padaria, melhore a proposta e te ofereça um retorno de R$ 150.000,00 por ano, para o mesmo negócio. Tu topa? Ficou bem mais atrativo, não é mesmo? Qual seria a sua resposta agora?
Bom, lamento informar que a resposta adequada é ainda um sonoro NÃO. Por que? Porque existem diversas grandes empresas e bancos, de capital aberto (empresas listadas na Bolsa de Valores) que te oferecem um retorno como este e com um risco muito menor, pois possuem balanço auditado e um tamanho de mercado suficiente para que elas passem por uma crise de forma muito mais suave do que a farmácia do seu amigo, não acha??
Agora começamos a falar de negócios!
Você já assistiu programas tais como "O Sócio" com o Marcus Lemonis e Shark Tank Brasil?? O que esses programas possuem em comum? Um investidor que analisa negócios para saber se coloca o capital próprio e sua experiência em um determinado projeto, com o objetivo de apurar um bom LUCRO. Esse tipo de negócio se chama Venture Capital.
Venture Capital é um capital alocado a risco em negócios promissores, principalmente inovadores ou tecnológicos. Os tubarões (empresários que assistem as apresentações dos empreendedores que estão atrás de financiamentos) sempre querem saber, pelo menos, duas coisas dos idealizadores de um projeto novo: quanto a empresa lucra e quanto ele quer pela participação no negócio. Aqui no Brasil este investidor é conhecido também como investidor anjo.
Além de julgar se o negócio é ou não promissor, eles querem saber se o valor da ser pago pela sociedade está adequado ou não, olhando sempre o binômio risco x retorno. É normal apoiarem o negócio com a sua experiência e rede de contatos (network).
Para se ter uma ideia, eles costumam avaliar um negócio (valuation) entre 2 e 4 vezes os lucros anuais gerados pela empresa. Não pode ser muito além disto, pois existem empresas seguras que possuem um retorno de capital na ordem de 6 anos. Para correr um maior risco, exige-se um maior retorno.
Agora já dá pra ter uma ideia de quanto o investimento na farmácia do seu amigo deve te proporcionar para que o negócio seja interessante para você, não é mesmo??

Conclusão

Não existe investimento bom ou ruim, mas existe "furada" (que não se enquadra como investimento) que você deve evitar a todo custo. Para que se avalie se um investimento vale a pena ou não, devemos levar em conta o retorno com menor risco e ir adequando o risco ao retorno esperado de mercado. Quanto maior o risco do investimento, maior o retorno que ele deve proporcionar.
O investimento de menor risco são os títulos de dívida do Governo Federal. Em seguida, a dívida emitida por bancos e empresas (renda fixa privada). Subindo na escala de risco, o próximo passo é a renda variável (Bolsa de Valores). O mais arriscado de todos é o negócio próprio.
Sabendo disso e entendendo a fase da vida em que você está, você pode se expor mais ou menos ao risco. Se você for jovem, ainda tem tempo para recuperar uma perda. Então pode se arriscar mais. Se for mais velho, deve se arriscar menos. Contudo, o que vai ser o fiel da balança será sempre o conhecimento e não a coragem.

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